A morte de dois ciclistas em menos de 24 horas reforça o risco de ciclistas pedalarem junto à rodovia BR-101 na Região Metropolitana de Florianópolis.
O chefe da Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, Adriano Fiamoncini, em entrevista para a CBN Diário, alerta para a falta de infraestrutura adequada para garantir a segurança dos ciclistas.
“A gente precisa de ciclovias. O ciclista acaba se misturando com o trânsito pesado. A gente vive um caos urbano em Palhoça, São José e Biguaçu”, disse Adriano Fiamoncini.
Enquanto isso, o chefe da Comunicação Social recomenda que os ciclistas evitem a rodovia BR-101 e encontrem uma rodovia menos movimentada para seus treinamentos.
“Infelizmente, os ciclistas são a parte mais frágil.”
O perigo não está somente na faixa principal da rodovia. Os dois acidentes aconteceram nas pistas marginais.
“Ontem, às 22h30 em Palhoça, um ciclista foi tentar cruzar a marginal da rodovia e foi colhido. Hoje, um caminhão seguia pela pista marginal da rodovia, sentido Sul, foi dobrar à direita e, segundo o relato do motorista, a bicicleta estava no ponto cego e ele não viu.”
O Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis), idealizado em 2014, previa, entre outras melhorias, corredores de ônibus e ciclovias em diversas vias.
Até agora, esse planejamento do sistema viário na Região Metropolitana de Florianópolis, que também beneficiaria a rodovia BR-101, não saiu do papel.
“Soluções como usar o acostamento como terceira faixa são paliativas. É preciso pensar a longo prazo e em obras estruturantes. É incrível que as duas baias, norte e sul, com águas calmas, não tenham transporte marítimo. A ponte Pedro Ivo vai completar 30 anos em 2021, é preciso uma quarta ponte”.